Mais que paixão

Chegando o fim da vida de Cristo, ele começa a consolar os discípulos e, consequentemente, a nós também, pois viriam tempos difíceis como hoje.

Em João 14:1-5 Cristo encoraja e anima os discípulos dizendo primariamente para que eles não entristeçam o seu coração e que creiam nEle. Em seguida fala “na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu teria dito. Pois vou preparar-vos lugar”.

Foram essas às primeiras palavras de consolo antes de Sua morte, ele estava profetizando o que viria futuramente: O Calvário. (ler v. 3-5)

Mais uma vez nos capítulos seguintes Jesus enfatiza sua profecia, porém, de forma discreta ele diz que “ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor de seus amigos” (Jo. 15:13).

Já no capitulo 16 ele enfatiza o consolo e declara vitória. (Ler Jo. 16:33)

A partir da entrada no jardim do Getsêmani começa então o sofrimento de Cristo, em Lucas 22:42-44 vemos que Jesus entra em uma agonia tão grande que começa a suar gotas de sangue e pede ao pai que lhe afastasse esse cálice se possível, mas continua dizendo para que não seja feita a sua vontade e sim a do pai.

Algumas pessoas falam que pessoas idiotas respondem perguntas com outras perguntas, mas no capítulo 18 do livro de João, vi que isso não é verdade, pois durante o interrogatório, Cristo mais uma vez se mostra como revolucionário respondendo de forma pacífica com uma pergunta as interrogações de Pilatos, sendo, acima de tudo,inteligente, e fazendo Pilatos admitir o reinado de Cristo inconscientemente. 

Após isso vem o golpe de Satanás. Pilatos lava suas mãos perante a multidão e então fala que é de costume do povo soltar algum preso devido a Páscoa e dessa decisão a multidão ovaciona pelo nome de Barrabás. Nesse momento Pilatos se encontra querendo soltar a Cristo, mas o povo clama pela sua crucificação.

Jesus é entregue aos soldados que o açoitam. Mesmo sofrendo tudo isso ele fica calado durante todo o momento de tortura. Tortura que era cruel, chicoteado em duasséries de 39 chibatadas, cada chicote com três pontas, ou seja, 234 chicoteadas. 

Suas costas estavam extremamente abertas de tantas feridas. Em seguida os mesmos soldados puseram em sua cabeça uma coroa de espinhos e para fixá-la batem com um cajado. Ao olhar médico, a morfina já não surtiria efeito algum devido a tantas feridas.

Em seguida eles zombam e cospem no rosto de Jesus, e mais uma vez Jesus se encontra calado, oferecendo a outra face. Cristo estava exausto seu corpo já não suportava mais a dor e então lhe é entregue a cruz. Um madeiro que continha duas toras, uma de 2,5 metros e a outra de 5 metros aproximadamente. E cada condenado era submetido a levar a sua própria cruz para simbolizar o carregamento de seus próprios erros (pecados).

Eu creio que Cristo não carregou apenas o peso da cruz, ela estava sobrecarregada, não com outros artifícios, mascom o peso de nossos pecados.

O peso era tão grande que ele necessitava da ajuda de alguém para carregá-la porque era o meu e o seu pecado ali. O pecado de toda humanidade.

Você consegue imaginar a dor, o sofrimento e a angustia contidas naquele momento?

Agora se lembre das palavras de Cristo na parábola da videira “ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor de seus amigos” (Jo.15:13). Ele nos chamou de amigos. Entregou sua vida não por um ou por mil. Entregou por todos nós.

Em João 3:16 e 17 vemos claramente isso. “16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu único filho, para todo que nele crê não morra, mas tenha vida eterna. 17Pois Deus enviou seu filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por ele”.

“No principio criou Deus os céus e a terra” (Gn. 1:1), não copiou, não xerocou. Ele criou, construiu e desenvolveu!

Planejou com cuidado, e satanás com sua astucia veio e persuadiu Adão e Eva. Trouxe o pecado para o mundo. Pense no que você criou, deu o sangue para fazer nos mínimos detalhes, caprichou em tudo. Daria qualquer coisa para proteger esse algo, certo?

Deus é assim, tão maravilhoso que fez de tudo para proteger seus filhos. Fez o impossível!

Fez de uma mulher de 90 anos mãe pela primeira vez. 

Fez um dilúvio cair sobre a terra.  

Um arbusto queimar sem se consumir. 

O Mar Vermelho se dividir em dois. 

As muralhas de Jericó caírem. 

Chover fogo do céu. Uma jumenta falar.

Alguém sobreviver na barriga de um peixe enorme.

Mas como todo bom autor, deixou o clímax da história para o final. Motivado pelo seu amor incondicional, se fez homem, se disfarçou como carpinteiro e cresceu numa empoeirada vila judaica. 

Max Lucado observa que “Suas mãos calejadas e suas palavras cheias de compaixão tocaram corações, Ele se tornou um de nós”.

Mas esse ato não foi o auge da história, o auge veio no fim. Quando Deus foi pregado numa cruz. 

O Criador se sacrificando por sua criação, sofrendo por nós. O céu escureceu, o véu se partiu e os anjos se calaram. E, então, Cristo diz “TETELESTAI (está consumado, está pago)” (Jo. 19:30).

Imagino seus pensamentos naquela cruz. A missão havia acabado quando foi dito “está consumado”. Não foi por carinho ou afeto, não foi por dó ou piedade, não foi uma simples paixão. Foi algo além. Mais que paixão. Foi por amor. Amor tão grande que Deus pagou por nossos pecados em um madeiro. Pagou para que vivêssemos não nessa terra. Ao seu lado no céu!

Isso é mais que paixão é amor! 

Samuel Araujo

Estudante de Jornalismo